A mulher, a tecnologia e a evolução do Agronegócio


Não me canso de valorizar tudo o que o Agronegócio representa para o Brasil. Responsável por manter o PIB estável e alavancar a economia, o setor, mesmo passando por situações que em nada o favorecem – e que muito já se discutiu nesta coluna também –, não só sobrevive, como se renova e mostra que, sem sua evolução, o País não tem a menor chance de crescer.

O que fez com que o Agronegócio brasileiro prosperasse, mesmo com condições tão limitantes? Acompanhando os últimos anos, percebemos que investimentos em Educação, Tecnologia e Pessoas fizeram a diferença no campo.

Em Educação, foram criados cursos de níveis técnico e superior que atendessem as necessidades de produção e escoamento das safras, bem como posicionassem o Brasil como um mercado inovador. A Esalq/USP, uma das melhores universidades especializadas nas ciências ligadas à Agronomia, possui desde cursos de Graduação até Doutorado e MBA em Agronegócio.

O Agronegócio também abriu-se para as mulheres. Para se ter ideia, mais da metade dos formandos do curso de Agronomia da Esalq, em 2017, eram mulheres. Além do conhecimento técnico, o setor é pontuado pelas empreendedoras, que dirigem negócios nas mais variadas áreas. Estima-se que, do total das mulheres do Agronegócio, 59% sejam proprietárias ou sócias, conforme pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Valorizando as pessoas e mantendo-as no campo, com salários e oportunidades mais atrativas, o segmento tornou-se atraente: segundo estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2017, 19 milhões de brasileiros trabalhavam no Agronegócio, o que equivalia a 10% da população economicamente ativa do País naquele ano.

O terceiro ponto fundamental para que o Agronegócio brasileiro prosperasse foi o alto investimento em tecnologia. A automatização, com equipamentos que obtêm informações online e controlam todo o processo produtivo, do plantio até a pós-produção, permitem alto rendimento e recordes em safras, com produtos de excelente qualidade. O uso de drones permite monitorar o gado, enquanto o rastreamento dos alimentos mostra os pontos falhos na cadeia, para que sejam sanados. Entidades como Embrapa dão suporte em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, além de gerar estatísticas confiáveis para alimentar bancos de dados, tão importantes para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

O Agronegócio pode fazer muito mais. E há muita gente competente lutando para que o País volte sua atenção ao setor, de maneira a promovê-lo ao status que ele realmente merece. Se cada um fizer um pequeno esforço, certamente, teremos muito mais números positivos para mostrar.

Fonte: Portal Revista Safra